segunda-feira, 10 de setembro de 2018


Atividade avaliativa de recuperação Trimestral - Esportes de Aventura


Regras para conclusão da Atividade.



1 - Ler e postar sua opinião e entendimento do texto nos comentários.

2 - Iniciar identificando se com nome e turma.

3 - Minimo de 200 caracteres.

4 - Prazo final da postagem será Quarta-feira (12/09), às 18h. Após este período, a atividade não será mais avaliada.


O impacto ambiental dos esportes de aventura

O aumento gradativo da busca de atividades esportivas e de aventura em ambientes naturais tem mobilizado pesquisadores de diversas áreas (Educação Física, Turismo, Biologia, Engenharia Florestal, Geografia, Geologia etc.), a uma reflexão mais detalhada sobre os impactos sociais, culturais e ambientais dessas práticas. A crescente utilização de algumas áreas vem causando tanto descaracterizações socioculturais quanto impactos ambientais, sendo necessárias medidas de manejo e de gestão capazes de minimizar tais impactos negativos e planejar futuras atividades. As preocupações também têm sido direcionadas às atitudes dos praticantes dessas modalidades, buscando caminhos que possibilitem práticas mais conscientes e sustentáveis.


Apesar de serem atividades de esporte e aventura que muitas vezes são tidas ou divulgadas como ecológicas, por motivos diversos (falta de informação, normatização, consciência ambiental etc.), não vêm sendo observadas por parte dos praticantes medidas que visem minimizar os impactos decorrentes das mesmas. Pelo contrário, em muitos casos fica evidenciado que a natureza nada mais representa que um ambiente cheio de obstáculos a serem vencidos ou superados.



O livro "Turismo de Aventura: Reflexões e Tendências", de Ricardo Ricci Uvinha, apresenta possíveis impactos resultantes da prática de atividades na natureza, onde é possível verificar que, apesar de algumas modalidades possuírem grau de intensidade baixo (boiacross, treking, montainbike, entre outros), todas causam algum tipo de impacto socioambiental, cabendo aos praticantes tentar reduzi-los ao mínimo possível e às autoridades locais criarem mecanismos de normatização e controle a fim de aproximar tais práticas de um grau aceitável de sustentabilidade.



Alguns estudos apontam que as práticas de OffRoad (Rally) e o Motocross (Enduro e trilhas) estão entre as práticas esportivas na natureza causadoras de maiores impactos, destacando-se entre eles:



1. Impacto na paisagem pela abertura e utilização de trilhas, inclusive em APPs
2. Erosão e compactação do solo;
3. Assoreamento de córregos e nascentes;
4. Alteração e destruição da vegetação e de habitat de animais;
5. Poluição: barulho, lixo, emissão de gases e petróleo (combustível);
6. Interferências social e cultural em comunidades próximas envolvidas.



Os impactos se tornam ainda maiores com o aumento indiscriminado do número de motos nas trilhas, especialmente no período chuvoso. Os prejuízos decorrentes da falta de planejamento desta atividade podem afetar, além dos recursos naturais, setores importantes da economia local, como é o caso do turismo.



Considerando a fragilidade dos recursos hídricos e a suscetibilidade do solo a processos erosivos, faz-se necessária uma avaliação dos impactos socioambientais decorrentes da prática desordenada de atividades neste ambiente, especialmente o motocross, que possui significativo potencial de interferência e transformação dos ambientes naturais. Não se trata de condenar a prática do motocross, mas sim de se estabelecer critérios para sua prática de forma sustentável.



O aumento dos impactos socioambientais causados pela prática de tal atividade no município precisa ser gerenciado de modo a não afetar a conservação dos recursos naturais e os modos de vida das populações que moram ou desenvolvem atividades produtivas no campo. Para isso, tanto a educação ambiental quanto o planejamento da atividade tornam-se instrumentos fundamentais para que se possa conciliar a prática com a conservação da paisagem, dos recursos naturais e da qualidade de vida dos moradores.



Para o planejamento da atividade será de fundamental importância a elaboração de um diagnóstico prévio dos impactos socioambientais decorrentes desta prática, a ser apresentado e discutido com os praticantes de motocross do município, tendo o envolvimento de representantes do setor público (Secretaria de Meio Ambiente, Turismo e Ministério Público) e da população (produtores rurais, empresários do turismo etc.).



O diagnóstico certamente trará subsídios importantes para que se possa planejar a atividade considerando a intensidade da prática, o grau de comprometimento dos envolvidos, o número de praticantes, os impactos detectados e as medidas cabíveis para mitigá-los, o limite de tolerância e a capacidade de carga das trilhas mapeadas, as áreas frágeis a serem preservadas da atividade, o grau de comprometimento da paisagem e dos recursos naturais, entre outros.



Por Rodrigo Borges Santana

Geógrafo e especialista em Planejamento Urbano e Ambiental.

domingo, 9 de setembro de 2018

Atividade avaliativa de recuperação Trimestral - Futebol


Regras para conclusão da Atividade.



1 - Ler e postar sua opinião e entendimento do texto nos comentários.

2 - Iniciar identificando se com nome e turma.

3 - Minimo de 200 caracteres.

4 - Prazo final da postagem será Terça-feira (11/09), às 18h. Após este período, a atividade não será mais avaliada.


Por mais que não apareçam… mulheres também jogam futebol

Texto de Fernanda P. de Brito.





Compartilharei aqui um apelido que muito me constrangeu, humilhou e me revoltou… “Macho e fêmea”… Simples. Eu era uma menina que jogava futebol (pelada, ou como queiram chamar, futebol de rua). Naqueles tempos, nem tão antigos assim, isso era novidade. Pior, como quase nenhuma menina jogava, eu jogava com os meninos.
Sempre faço o contrário do que esperam de mim, no caso, ser uma menina que gosta de bonecas, brinca de casinha, comidinha, pular elástico… Eu era apaixonada (ainda sou) por futebol e aguentava até a rejeição para poder correr atrás de uma bola debaixo de um sol escaldante. Não foi nem um pingo fácil, eram poucos os meninos que não me apelidavam ou tentavam me excluir. Em parte por terem seu futebol viril ameaçado por uma garota que os derrubavam, marcava gol e não era perna de pau. Em grande parte, pelo velho e atual preconceito de que futebol é coisa de macho e para macho.
Hoje, além de ser legal o aumento na quantidade de meninas e mulheres que jogam futebol — mesmo tendo que enfrentar preconceito e pouco investimento e aceitação —, é legal ver meninas jogando futebol com meninos (misto) sem ganharem apelidos pejorativos ou serem excluídas porque “mulher não sabe jogar futebol”.
Tenho a forte convicção de que é pelo fato de meninas e meninos já terem seu papel pré-definido até nas brincadeiras, que hoje, ainda estamos na luta para fugir dos estereótipos que consagraram a imagem do que é ser mulher e do que é ser homem. Para as garotas que jogam futebol, vocês não são “macho e fêmea”, são garotas que jogam futebol.
E já que falar de garotas que gostam de brincar de bola é especular que no futuro elas queiram ser jogadoras de futebol profissional, vamos logo falar disso também.
Futebol parece ser esporte só de homem. Não porque mulheres não amem, joguem e queiram se tornar cada vez mais habilidosas; também não é porque o jogo de uma partida de futebol feminino seja sem emoção, energia e muita garra; tampouco é porque o número de jogadoras sejam insuficiente para montar vários times profissionais pelo país. Não é por nada disso, mas sim por causa do machismo, que enxerga o futebol como uma modalidade exclusivamente masculina no Brasil. O futebol masculino recebe muitos patrocínios, incentivo, altos salários dos clubes e da seleção, além de comissão técnica especializada e alto investimento (bilhões) da CBF.
Enquanto os famosos e milionários jogadores (estou sendo modesta) exibem: o carro do ano, o casamento de milhões de dólares, a cara em mil e uma propagandas e pulam de time em time (sempre ganhando salários que para as nossas jogadoras são só um devaneio); a realidade do futebol feminino é o total oposto.
As jogadoras de nossa seleção feminina (que têm habilidades que fazem inveja a de times mundo afora) ou conseguem sair do país para jogar em um time que ao menos lhes pague o suficiente para o sustento e, para que mandem um dinheirinho para a família (não exagero); ou não conseguem sair e permanecem no Brasil jogando em times que: mal conseguem se manter, que para isso contam com o apoio financeiro que as próprias jogadoras buscam, e às vezes nem participam de campeonatos bem organizados ou nacionais.
Essas jogadoras muitas vezes necessitam trabalhar em outro serviço, com isso reduzindo o tempo de descanso ou treino. Mais desanimador ainda é que algumas param de jogar quando o sustento se torna inviável. Estamos falando de viver com dignidade, não de regalias ou uma vida de luxo, que sem dúvida elas também merecem.
Marta, brasileira, a melhor futebolista do mundo, por cinco vezes consecutivas, foi literalmente jogada para escanteio, teve que sair do país para poder conseguir viver de suas habilidades encantadoras. Nem vou dizer que é uma falta de vergonha na cara de quem poderia ter melhorado a situação.
É por causa de tudo isso, somado ao preconceito (principalmente o brasileiro) de quem não acha que futebol feminino seja importante e mereça atenção e respeito, que a seleção brasileira feminina não chegou nem perto de conquistar a admiração, desempenho e conquistas de títulos que a seleção masculina já conquistou.
Alguém pode dizer: “Não é por isso, é porque as mulheres não sabem e nunca vão jogar futebol com qualidade!” Em vez de xingar você, darei um exemplo: a seleção feminina do Estados Unidos, uma das melhores do mundo. Esta seleção é detentora de títulos mundiais e de destaque em seu país. Suas jogadoras são habilidosas, reconhecidas, respeitadas por homens e mulheres, ganham super bem, têm marketing de carreira, são qualificadas e tem aparato técnico pra isso. Os norte-americanos as reconhecem, apoiam, investem e comparecem aos jogos. As garotas de lá podem seguir carreira de futebolista sem medo.
Poxa! Aqui no Brasil tem um monte de mulheres e meninas querendo atuar no futebol, querendo que o Brasil seja também uma potência de futebol feminino, isso é igualdade, sacou? Assim como os homens futebolistas já tem todo o apoio (mais do que o necessário), as mulheres também querem e devem receber. Por que, não?
Chega! Chega das nossas jogadoras se sentirem humilhadas e jogadas de lado, sem salário decente, credibilidade, respeito, espaço na mídia, preparo técnico de qualidade, aceitação nesta sociedade machista… Um dia a gente chega lá, temos que acreditar nisso e chutar a “bola” até fazer gol. Pronto, fim do primeiro tempo.


Referência:
https://blogueirasfeministas.com/2013/08/15/por-mais-que-nao-aparecam-mulheres-tambem-jogam-futebol/